quinta-feira, 31 de outubro de 2013

OS CUIDADOS DOS PAIS E O FUTURO DOS FILHOS


            As experiências positivas ou negativas que se tiveram na infância podem dizer-nos muito sobre aquilo que irá ser um adolescente ou um adulto. O tema já aqui foi abordado mas juntam-se-lhe, agora, novos dados.
Assim, num estudo feito na Universidade de Minnesota, Estados Unidos, a partir de 267 mulheres grávidas e que durou quase 40 anos, cujos resultados foram publicados em 2005, os investigadores, seguindo as mesmas crianças desde o nascimento até à idade adulta, puderam concluir que os pais que reagiam mais pronta e adequadamente ao choro dos seus bebés, nos primeiros meses de vida, estes mesmos bebés, ao fim do 1º ano, eram mais independentes e seguros do que aqueles cujos pais tinham ignorado os seus choros.
Verificaram, depois, no jardim-de-infância, que os bebés que continuavam com pais mais cuidadosos e afectuosos para com as necessidades dos seus filhos, mostravam-se mais autoconfiantes do que aqueles cujos pais se tinham mostrado desprendidos com essas necessidades, revelando-se os seus filhos mais conflituosos ou, até, hostis.
Na escola básica, este padrão manteve-se em que a pais interessados e emocionalmente presentes correspondiam filhos que tinham sucesso na aprendizagem, se mostravam autoconfiantes e capazes de lidarem bem com as dificuldades. Situações de insucesso aconteciam com as outras crianças, oriundas de pais desinteressados e ausentes.
Continuando a seguir os jovens, enquanto alguns já tinham ficado pelo caminho, não tendo conseguido entrar na escola secundária, outros prosseguiam os seus estudos.
Os investigadores puderam, então, concluir que poderiam ter previsto, com um grau de precisão de 77%, logo na 1ª infância, sem considerar aspectos de natureza intelectual e outras capacidades, quais as crianças que iriam obter um diploma de ensino superior e quais aquelas em que tal não iria suceder.
Este estudo faz-nos reflectir sobre como os primeiros anos de vida de uma criança são influenciadores do desenvolvimento das suas capacidades intelectuais, emocionais e da sua personalidade em geral.


                                           Mário Freire