Em
16 de Dezembro de 1872, a acta da sessão da Câmara de Castelo Branco volta a
referir dificuldades financeiras para solucionar os acessos à Escola:
“suspender as obras respeitantes à rua que se dirige ao edifício para a escola
no recinto do castelo por se haver despendido muito além do orçamento
geral(…)”.
Consta
ainda da mesma acta a citação de adiamento na resolução do requerimento de
Manuel Baptista Palaio que ”pretende ser indemnizado dos prejuízos que sofrera
na arrematação das obras da casa para a Escola pela pena do trabalho nos dias
de verão por o edifício ser coberto em Agosto e haver feito o trabalho no
inverno e as ferragens haverem subido de preço” . (sic)
O
encerramento dos trabalhos da construção da Escola do Castelo só vem a ser
documentado em 27 de Julho de 1875, passados oito anos de construção com várias
interrupções motivadas por escassez de meios económicos. É com base numa
referência à aplicação do edifício a instalação do Liceu, pretensão que não
tinha viabilidade por contrariar a reserva testamentária, que António Roxo lhe
faz alusão na sua Monografia de 1890 .
Mas
vejamos como se processou a utilização do edifício escolar do Castelo
construído com base no legado do Conde Ferreira.
Quando
se diligenciou encontrar um edifício adaptado à instalação da recentemente
criada Escola de Habilitação para o Magistério Primário em Castelo Branco,
nunca se pôs a hipótese de utilizar este edifício para este efeito porque não
cumpria a reserva testamentária já referida antes, ou provavelmente por
dificuldades de acesso. O certo é que a primeira instalação da Escola Normal
foi localizada na então Avenida (hoje rua) Vaz Preto, não obstante impor obras
de adaptação de algum volume e importância que levou tempo a remover.
Francisco Goulão