domingo, 14 de julho de 2013

AUXILIARES DE EDUCAÇÃO EDUCATIVA: QUE PAPEL?


          Quando se fala de educação das crianças e adolescentes, costuma pôr-se a ênfase no Estado, nos pais, nos professores, nos equipamentos mas raramente se releva o papel dos auxiliares de acção educativa (AAE).    E esta quase ausência de referência deve-se ao facto de eles não terem, ainda, sido considerados, pelos diferentes poderes que de perto ou de longe interferem na escola, como verdadeiros elementos de formação educacional.
            Aos AAE estão-lhes, normalmente, cometidas funções nos âmbitos da manutenção da higiene da escola, da vigilância dos recreios e corredores e no apoio às salas de aulas e a certas disciplinas ou gabinetes específicos.
De todas estas, destacaria as de vigilância dos recreios e corredores por serem aquelas em que a relação com os alunos se torna mais evidente e onde o seu papel de educadores melhor se pode destacar. Pergunta-se, então: que formação têm tido estes profissionais para que possam responder, adequadamente, aos inúmeros problemas decorrentes dessa relação?
Ora, os AAE são elementos imprescindíveis no processo educacional dos alunos. Neste âmbito, eles deveriam ter, pelo menos, uma formação específica no campo da observação e da comunicação, tendo em conta as características das idades dos alunos com que lidam e, ainda, possuir conhecimentos que lhes permitissem actuar em situações de agressividade física ou psicológica. Sendo agentes educativos, eles têm que respeitar os alunos mas, igualmente, devem ser respeitados. São uma autoridade dentro do espaço escolar e os alunos deveriam ter plena consciência disso.
Saber observar os espaços que lhe estão confiados; usar uma linguagem adequada quando age; saber questionar, sugerir, repreender e elogiar, controlando as situações ou a sua agudização; participar à direcção, eis alguns dos comportamentos que se esperam de um AAE e que poderiam contribuir para uma escola mais educativa, mais disciplinada e mais segura.


                                                    Mário Freire