O
crescimento populacional e a subida do nível de vida estão a contribuir para o
aumento da procura, levando ao aumento do preço dos produtos e à escassez dos
recursos naturais, em particular dos minerais e dos géneros alimentícios de que
todos dependemos. No final da próxima década, estima-se que alguns milhões de
pessoas passem a fazer parte das classes altamente consumistas, nos países em
desenvolvimento.
A
procura e a oferta estão a caminhar cada vez mais em direcções opostas. Embora
a procura de alimentos para consumo humano e animal possa aumentar 70% até
2050, verifica-se que 60% dos ecossistemas mundiais que mais contribuem para a
satisfação dessas necessidades já foram degradados ou são utilizados de uma
forma não sustentável.
Se
os recursos continuarem a ser utilizados ao ritmo actual, em 2050 teremos
necessidade do equivalente a mais de dois planetas para nos mantermos e as
aspirações dos que desejam uma melhor qualidade de vida não serão satisfeitas.
São
três as áreas apontadas como prioritárias: alimentação, construção e transportes,
as quais representam, aproximadamente, três quartos de todos os impactes
negativos no meio ambiente.
Os
resíduos são um exemplo perfeito dos desafios e oportunidades que se avizinham.
Actualmente, na Europa, são despejadas por ano milhões de toneladas de resíduos
- e o número tende a aumentar. Mesmo assim, a indústria de reciclagem europeia
está bastante avançada e permite reciclar cerca de 40% dos referidos resíduos.
Com
incentivos adequados, poderia ser reciclada e posteriormente reutilizada uma
percentagem ainda maior. Políticas que encorajem práticas não sustentáveis,
deverão ser substituídas.
Em
contrapartida, o desenvolvimento e a utilização de práticas sustentáveis e
inovadoras devem ser encorajadas, por exemplo através da introdução de
incentivos financeiros que recompensem investimentos na eficiência e favoreçam
a implementação dessas práticas a longo prazo.
FNeves