Os alunos
Como é que os alunos vêem os TPC? Eles acharão naquelas actividades algum significado? Com que dificuldades se confrontam? E como é que elas são superadas?
É claro que muitas das respostas dadas a estas questões dependerão quer da maturidade dos alunos, quer do contexto familiar, quer da qualidade dos trabalhos propostos.
Os TPC têm que ser vistos pelos alunos como algo que lhes suscite o interesse pelo estudo, que consolide as aprendizagens e que promova uma maior autonomia no seu trabalho.
Cabe ao professor, em primeira instância, organizar esses trabalhos de modo que os alunos possam responder afirmativamente a tais desideratos.
Múltiplas podem ser as dificuldades com que os alunos se confrontam na execução de tais trabalhos e, de um modo geral, no estudo. Umas, de natureza extrínseca, têm a ver com o ambiente familiar e condições de ambiente físico que os rodeiam durante o estudo. Outras, de natureza intrínseca, estarão mais relacionadas com o próprio aluno, com a sua motivação e capacidade para se empenhar em tarefas de natureza escolar. Muitas destas dificuldades, no entanto, são decorrentes das primeiras.
Não tendo o aluno condições minimamente adequadas que lhe permita fazer os trabalhos, mais do que ser um agente facilitador da sua aprendizagem, os TPC podem tornar-se num factor de mal-estar, de conflito com a família, de roubo de tempo para actividades de natureza lúdica que ele preferiria e, enfim, contribuir para um desinteresse e, até, aversão às matérias escolares.
Por outro lado, mais do que pais que fossem possuidores de conhecimentos que, eventualmente, pudessem ajudar os filhos nesse tipo de tarefas, exigir-se-ia que eles incentivassem os filhos nesses trabalhos e que propiciassem um ambiente de estudo tranquilo e não distractivo.
Que resta, então, ao aluno na assunção da responsabilidade que ele estabelece com os TPC? Não muita mas a suficiente para que ele possa aprender que o trabalho é um valor que começa em casa, se continua na escola e se prolonga (ou deveria prolongar) pela vida fora, enquanto pudessem existir forças e capacidades para isso.
Mário Freire