quarta-feira, 30 de maio de 2012

EDUCAR PARA O COMBATE AOS ESTEREÓTIPOS - 1


                                O carácter redutor dos estereótipos                             

As crenças e as expectativas formuladas em relação a alguém (tema já tratado em crónica anterior) são aspectos que influenciam a modificação do seu comportamento. Ora, não desligado deste tema estão os estereótipos. Estereótipos são comportamentos ou atitudes que se filiam em crenças que não são sustentadas nem pela razão, nem pela experiência.
            De entre os diferentes estereótipos, salientam-se os sexuais. É o chamado sexismo. Estes estereótipos referem que homens e mulheres, por serem diferentes nalgumas das suas características, têm que desempenhar papéis diferentes na sociedade.
            Mas não existem, apenas, estereótipos sexuais. Há-os, também, de natureza racista. É o chamado racismo que diz que há raças superiores a outras. O nazismo e a versão actual dos skinheads ilustram bem este tipo de estereótipos.
            A xenofobia, outro estereótipo, traduz-se em considerar os estrangeiros ou tudo aquilo que vem de fora, de categoria inferior ao que somos ou ao que temos.
            Os estereótipos têm um carácter redutor. Eles são redutores sob o ponto de vista cultural porque estreitam a visão do mundo. As pessoas com estereótipos só vêem aquilo que desejam ver; passa-lhes ao lado a riqueza da realidade envolvente, na sua diversidade.
            Eles são redutores sob o ponto de vista ético porque atribuem qualidades e defeitos àquilo ou aqueles que, simplesmente, são diferentes.
            Eles são redutores sob o ponto de vista profissional porque limitam ou dificultam o ingresso em profissões ou no desempenho de cargos àqueles ou àquelas que, desejando ou tendo capacidades para as exercer, não se coadunam com os papéis que tradicionalmente são atribuídos a homens e a mulheres.
Combater os estereótipos é tarefa que incumbe à escola mas, também à família e a todas as instituições que pugnam pela melhoria da sociedade.

                                                     Mário Freire