quinta-feira, 8 de outubro de 2015

SE QUERES IR RÁPIDO VAI SOZINHO, SE QUERES IR LONGE VAI ACOMPANHADO!




As relações interpessoais são um dos pilares mais importantes para uma vida feliz. Uma vida feita em conjunto com os outros ganha mais sentido, pois enriquece consideravelmente a experiência vivida. Se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado, diz um provérbio africano. De facto, as vivências têm sabores diferentes consoante caminhamos sozinhos ou acompanhados. Se queremos uma vida rica e intensa do ponto de vista humano em termos de afetos, de aprendizagens, de partilhas, o importante não é ir rápido, mas sim longe, o mais longe possível. Ir rápido implica focar-se numa meta e querer chegar lá depressa, independentemente do ritmo dos outros; ir longe significa que a meta não é o mais importante, mas sim o caminho. E pelo caminho encontramos tudo o que precisamos para um percurso de crescimento humano, de desenvolvimento pessoal, de exploração de todo o nosso potencial para fazer frente às tempestades e às bonanças que naturalmente existem. Se queremos atravessá-las rápido talvez não consigamos captar o seu propósito no nosso percurso; se queremos chegar longe, tentamos integrá-las e com elas crescermos. Chegar longe requer o cuidado de olhar para os que estão à nossa volta e de deixarmos que olhem para nós. No olhar recíproco está o reconhecimento e a valorização de uma relação.
Se conseguíssemos olhar para as pessoas com um olhar de quem não está à espera de nada e de quem não se sente obrigado a dar nada, cada gesto seria sentido com infinita gratidão e maravilha. Deixaríamos que o encanto das relações, a genuinidade do dar e receber, a autenticidade de se ser quem se é, aflorasse a cada momento de interação. Dar simplesmente porque sim, porque nos faz bem, porque é inevitável quando se é feliz. Permitir-se receber porque se merece, porque nos faz sentir importantes, porque valoriza a nossa existência. E neste dar e receber faz-se uma caminhada juntos, onde ninguém vai mais à frente nem mais atrás, mas sim lado a lado, porque é juntos que chegaremos longe, o mais longe possível. Porém, só é possível ir lado a lado quando ninguém se puxa, se empurra, se pendura, quando ninguém exige, pressiona, chantageia; só é possível ir lado a lado quando cada um caminha por si próprio, na alegria de não estar sozinho.
Rossana Appolloni