Eu que
contesto os ventos e as marés
Que no
pântano afogo a mente rouca
Curvo-me
para o mar que tenho aos pés
E sinto
sangue e sal na minha boca.
Eu
desdenho da lua, das estrelas.
Quero
sempre tardia a madrugada.
Rastejo no
convés das caravelas
Trémula,
como a luz beijando as vagas.
No
lamento, na prece das gaivotas
Consigo
descobrir lendas e rotas
De navios
que há muito naufragaram.
Embriaga-me
o canto da sereia.
Num cálice
de conchas e areia
Brindo às
musas que sempre m’inspiraram.
Aldina Cortes Gaspar
“ IN
PÂNTANO”