domingo, 22 de fevereiro de 2015

UM RECURSO PEDAGÓGICO VALIOSO E GRATUITO

                       

Salman Khan, americano, engenheiro electrotécnico do MIT e MBA de Harvard, tentava, em 2004, tirar as dúvidas em matemática de uma sua prima que vivia a mais de 2000 quilómetros de distância, através do telefone. Tal forma de ajudar, porém, não se mostrava eficaz. Resolveu, então, começar a gravar vídeos com as respectivas explicações e a colocá-los no YouTube. Eis que, de um momento para o outro, os vídeos são procurados por milhares de pessoas. Nos comentários feitos, faziam-se pedidos para que outros temas passassem a ser tratados por Salman. Assim nasceu, em 2008, a Khan Academy a qual, quatro anos depois, tinha mais de quatro mil vídeos disponíveis e no seu site ultrapassavam-se 240 milhões de visualizações.
A missão da Academia, com um repositório de conteúdos educacionais gratuitos, é tornar acessíveis várias disciplinas, principalmente a matemática, mas também as ciências, a física, a química, a computação, a economia, as humanidades e temas de actualidade científica.
Em Portugal, a Khan Academy entrou em 2013 através da Fundação PT, a qual está a fazer a adaptação dos vídeos originais em inglês para português. Os vídeos relativos à matemática estão de acordo com o currículo escolar nacional e têm a certificação da Sociedade Portuguesa de Matemática. A adaptação nas outras áreas está a ter por referência, nesta fase, os conteúdos abordados nas provas nacionais do 2º, 4º, 6º, 9º e 12º ano, estando disponíveis, no final de Dezembro passado, cerca de 800 vídeos de matemática, física, química e biologia.
Escusado será de referir a importância pedagógica de que se reveste este instrumento de aprendizagem para os alunos. Ele constitui-se numa ferramenta que poderá ajudar os pais a acompanhar melhor os estudos dos seus filhos e, inclusive, ser um inspirador para a intervenção do professor na sala de aula. Será que este acervo documental está suficientemente divulgado entre os que directamente se implicam nos processos de ensino e de aprendizagem?

                                                   Mário Freire