quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A POLUIÇÃO LUMINOSA E O DIREITO À OBSERVAÇÃO DAS ESTRELAS






         Poluição luminosa é o tipo de poluição ocasionada pela luz excessiva ou obstrutiva criada por humanos. A poluição luminosa interfere nos ecossistemas, prejudica a saúde e interfere na observação astronómica.
         Este tipo de poluição é considerado um efeito colateral da industrialização. É um fenómeno em crescente expansão a nível mundial graças sobretudo ao crescimento demográfico e ao consequente aumento da iluminação pública; é a responsável não só pela perda de um céu nocturno escuro mas também, como tem sido demonstrado pela investigação mais recente, por efeitos no ambiente e na saúde.
         Sendo anteriormente preocupação quase exclusiva dos astrónomos profissionais e amadores, a luz excessiva e mal dirigida é hoje, assim, estudada ou combatida por várias comunidades, desde a astronomia à saúde, passando pela energia, a economia e ainda pelo ambiente e pelo turismo.
         A Declaração Universal dos Direitos Humanos para as Gerações Futuras afirma que as pessoas pertencentes às próximas gerações têm o direito a uma Terra descontaminada e não danificada, incluindo o direito a um céu limpo; têm ainda o direito a desfrutar desta Terra que é o suporte da história da Humanidade, da cultura e dos laços sociais, o que assegura a cada geração e a cada indivíduo um lugar na grande família humana.
         Em Portugal, por exemplo a região do Alqueva, pela sua extensão e baixa densidade populacional, está ainda bastante bem salvaguardada dos piores efeitos da poluição luminosa, mais importante nas grandes cidades ou em regiões de elevada densidade populacional, tal como se referiu anteriormente.
         Trata-se de uma verdadeira região demarcada de céu escuro e abrange os municípios de Portel, Alandroal, Reguengos de Monsaraz, Moura, Mourão e Barrancos. Como é óbvio, nos centros dos municípios (por exemplo no centro de Reguengos de Monsaraz ou de Portel) não se pode esperar um céu excepcional. Ou seja, embora a reserva cubra 3000 km2, as condições não são, nem poderiam ser, uniformes em toda essa área. Basta que nos afastemos 15 km—20 km desses centros urbanos para as coisas melhorarem consideravelmente, pois são aglomerados com uma fraca densidade populacional.


                                                            FNeves