terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ORIENTAÇÃO ESCOLAR E O PAPEL DO ALUNO

                        

Há dois grandes momentos de orientação dos alunos, isto é, de escolha de percursos escolares e profissionais: os 8º e 9º anos, no básico, e os 11º e 12 º anos, no complementar.  
Não direi que os percursos escolares seleccionados irão corresponder necessariamente aos percursos profissionais disponíveis. Há múltiplas variáveis, nos tempos que se vivem, de grande imprevisibilidade e competitividade, que condicionam e, por vezes, impedem a entrada nas actividades profissionais mais desejadas. Por outro lado, não apenas o conhecimento mas, também, as capacidades de ordem psicológica são factor determinante no ingresso numa profissão.
Naqueles anos do básico, devido, ainda, à reduzida experiência de vida e maturidade do aluno, os serviços de orientação escolar da escola poderão ter um papel relevante quer na ajuda ao autoconhecimento, quer na abertura de horizontes escolares e profissionais. Tal não impede que o aluno se assuma como sujeito activo naquelas duas componentes da orientação.
No secundário, porém, a orientação escolar deve responsabilizar mais os alunos, proporcionando-lhes ser actores das suas próprias escolhas. Para isso há que procurar, por eles próprios, as informações. E estas são obtidas por várias vias, não exclusivas, tais como a participação em dias de portas abertas, acções de imersão promovidas pelos estabelecimentos de ensino superior, discussões quer com estudantes, quer com professores deste grau de ensino, participação em actividades científicas ou pequenos estágios durante as férias, pesquisa na internet... 
A outra face da procura da informação tem a ver com o que se passa no mundo empresarial, falar com diferentes profissionais sobre o que fazem, sobre o modo como avaliam o futuro no sector em que trabalham. E não é o facto de se viver numa ilha que retira as oportunidades para se contactar seja com quem for: as tecnologias de hoje assim o permitem. Depois, há que elencar as opções que se estabeleceram, atribuir-lhes uma ordem e… trabalhar para se alcançar o que se deseja, no pressuposto de que há sempre alternativas válidas em relação aquilo que não pôde ser atingido.


                                          Mário Freire