Há dois grandes
momentos de orientação dos alunos, isto é, de escolha de percursos escolares e
profissionais: os 8º e 9º anos, no básico, e os 11º e 12 º anos, no
complementar.
Não direi que os
percursos escolares seleccionados irão corresponder necessariamente aos
percursos profissionais disponíveis. Há múltiplas variáveis, nos tempos que se
vivem, de grande imprevisibilidade e competitividade, que condicionam e, por
vezes, impedem a entrada nas actividades profissionais mais desejadas. Por
outro lado, não apenas o conhecimento mas, também, as capacidades de ordem
psicológica são factor determinante no ingresso numa profissão.
Naqueles anos do
básico, devido, ainda, à reduzida experiência de vida e maturidade do aluno, os
serviços de orientação escolar da escola poderão ter um papel relevante quer na
ajuda ao autoconhecimento, quer na abertura de horizontes escolares e
profissionais. Tal não impede que o aluno se assuma como sujeito activo
naquelas duas componentes da orientação.
No secundário, porém,
a orientação escolar deve responsabilizar mais os alunos, proporcionando-lhes ser
actores das suas próprias escolhas. Para isso há que procurar, por eles
próprios, as informações. E estas são obtidas por várias vias, não exclusivas,
tais como a participação em dias de portas abertas, acções de imersão
promovidas pelos estabelecimentos de ensino superior, discussões quer com
estudantes, quer com professores deste grau de ensino, participação em
actividades científicas ou pequenos estágios durante as férias, pesquisa na
internet...
A outra face da
procura da informação tem a ver com o que se passa no mundo empresarial, falar
com diferentes profissionais sobre o que fazem, sobre o modo como avaliam o
futuro no sector em que trabalham. E não é o facto de se viver numa ilha que
retira as oportunidades para se contactar seja com quem for: as tecnologias de
hoje assim o permitem. Depois, há que elencar as opções que se estabeleceram,
atribuir-lhes uma ordem e… trabalhar para se alcançar o que se deseja, no
pressuposto de que há sempre alternativas válidas em relação aquilo que não
pôde ser atingido.
Mário Freire