As experiências
positivas ou negativas que se tiveram na infância podem dizer-nos muito sobre
aquilo que irá ser um adolescente ou um adulto. O tema já aqui foi abordado mas
juntam-se-lhe, agora, novos dados.
Assim,
num estudo feito na Universidade de Minnesota, Estados Unidos, a partir de 267
mulheres grávidas e que durou quase 40 anos, cujos resultados foram publicados
em 2005, os investigadores, seguindo as mesmas crianças desde o nascimento até
à idade adulta, puderam concluir que os pais que reagiam mais pronta e
adequadamente ao choro dos seus bebés, nos primeiros meses de vida, estes
mesmos bebés, ao fim do 1º ano, eram mais independentes e seguros do que
aqueles cujos pais tinham ignorado os seus choros.
Verificaram,
depois, no jardim-de-infância, que os bebés que continuavam com pais mais
cuidadosos e afectuosos para com as necessidades dos seus filhos, mostravam-se
mais autoconfiantes do que aqueles cujos pais se tinham mostrado desprendidos
com essas necessidades, revelando-se os seus filhos mais conflituosos ou, até,
hostis.
Na
escola básica, este padrão manteve-se em que a pais interessados e emocionalmente presentes
correspondiam filhos que tinham sucesso na aprendizagem, se mostravam
autoconfiantes e capazes de lidarem bem com as dificuldades. Situações de
insucesso aconteciam com as outras crianças, oriundas de pais desinteressados e
ausentes.
Continuando
a seguir os jovens, enquanto alguns já tinham ficado pelo caminho, não tendo
conseguido entrar na escola secundária, outros prosseguiam os seus estudos.
Os
investigadores puderam, então, concluir que poderiam ter previsto, com um grau
de precisão de 77%, logo na 1ª infância, sem considerar aspectos de natureza
intelectual e outras capacidades, quais as crianças que iriam obter um diploma
de ensino superior e quais aquelas em que tal não iria suceder.
Este
estudo faz-nos reflectir sobre como os primeiros anos de vida de uma criança
são influenciadores do desenvolvimento das suas capacidades intelectuais,
emocionais e da sua personalidade em geral.
Mário Freire