Houve
já ocasião, neste blog, de escrever sobre o problema da escolha de um curso e a
realização profissional. Foram, então, considerados alguns enfoques e
identificadas certas variáveis que poderiam contribuir para compreender melhor
a extensão deste magno tema educacional.
Ora
o relatório do Conselho Nacional de Educação, há meses publicado, vem enfatizar
a importância da orientação escolar e profissional.
Numa das suas recomendações pode
ler-se: “A orientação escolar e profissional deve desempenhar um papel
estratégico na elevação dos níveis de qualificação da população portuguesa, ao
facilitar o acesso à informação sobre a oferta de educação e formação
disponível, ajudando jovens e adultos na construção de uma identidade pessoal e
vocacional”.
A orientação vocacional é, pois, um
processo que ajuda o aluno a saber quem é. Mas ela constitui, igualmente, um
instrumento de apoio à individualização do ensino, na medida em que auxilia o
estudante a procurar um caminho escolar e profissional que mais se lhe adeqúe,
tendo em consideração múltiplas variáveis.
A
escolaridade obrigatória de 12 anos vem colocar novos desafios à orientação.
Se, à partida, se apresentam inúmeras vias aos alunos que terminam o 9º ano, o
grau de exigência do ensino secundário poderá proporcionar maior absentismo e
insucesso nos estudos. Caberá, então, ao profissional de orientação, com a
colaboração da família, dos professores e dos serviços sociais, encontrar vias
que, por um lado, previnam factores negativos na aprendizagem e, por outro,
descobrir meios de o aluno melhor desenvolver as suas capacidades.
O
Conselho Nacional de Educação recomenda, então, considerando o novo quadro da
escolaridade obrigatória, que se defina com clareza uma política para a
orientação escolar e profissional. Façamos votos para que tal aconteça.
Mário Freire