O
conceito de Fluxo foi criado pelo psicólogo Csikszentmihalyi para definir a
sensação de total envolvimento numa atividade que gostamos e que nos absorve de
tal maneira que perdemos a noção do tempo. A nível profissional, trabalhar num
estado de fluxo significa que a pessoa está a concretizar algo fruto da sua
motivação máxima, pois trabalhar neste estado proporciona um enorme prazer.
Independentemente de
serem tarefas difíceis, se entramos num estado de fluxo o nosso cérebro
funciona com um dispêndio energético mínimo, pois o prazer prevalece sobre o
cansaço.
Quando nos sentimos aborrecidos ou em esforço,
a nossa atividade cerebral é difusa, mas no decorrer do fluxo, o cérebro
torna-se eficiente. Não damos pelo tempo passar e a satisfação que sentimos no
que estamos a fazer proporciona-nos bem-estar, além do nível de desempenho ser
melhor.
A
ideia de que só com sofrimento é que conseguimos atingir os objetivos propostos
não se adequa com esta teoria. Segundo Csikszentmihalyi, esforço e bons
resultados não se conjugam.
Existe uma situação
ideal, diferente para cada um de nós, em que os melhores resultados surgem
quando se tem prazer no que se faz e quando sentimos que o desafio proposto é
adequado para nós: não é nem demasiado fácil (criar-nos-ia aborrecimento) nem
demasiado difícil (criar-nos-ia ansiedade).
Assim, quando a dificuldade da tarefa vem ao
encontro das nossas capacidades entramos num estado onde parece que a ação e a
consciência se fundem. E é precisamente neste ponto que se dá a aprendizagem:
quando o nosso estado emocional está num nível que nos permite receber mais
informação.
Cultivar
o estado de fluxo contribui para a nossa felicidade, pois sentir prazer e dar o
melhor de si traduz-se em aprendizagem e crescimento pessoal. Qualquer
atividade, seja ela qual for, onde se usufrui do percurso e da meta, com a dose
certa de desafio, alimenta o nosso ser.
Rossana Appolloni