Os pais são os parceiros privilegiados dos professores. Para isso, a escola tudo deve fazer para associar os pais ao desenvolvimento da escolaridade dos seus filhos. A criação de barreiras entre a escola e a família torna-se, pois, não só desnecessária como prejudicial.
Se os professores têm um papel importante a desenvolver na educação dos alunos, também os pais têm o direito de ter uma palavra a respeito do trabalho que é feito na escola com os seus filhos.
Os encontros pais - professores, as reuniões com o director de turma, a caderneta de ligação entre a escola e a família, as notas que alguns professores colocam nos testes, quando da sua correcção…são meios de que a escola se socorre para implicar a família na actividade escolar dos seus filhos mas, igualmente, oportunidades que os pais não devem perder para se informarem e darem as suas sugestões sobre o aproveitamento e comportamento escolares dos seus filhos, assim como do papel e funcionamento da própria escola.
O facto de os filhos saberem que os pais estão a colaborar com os professores, imprimindo esta colaboração um discurso coerente entre estes dois tipos de agentes, pode constituir-se num factor muito positivo no trabalho e no comportamento que o aluno manifesta dentro da escola.
O professor não pode esquecer-se, porém, de que é difícil para os pais ouvir críticas referentes aos filhos por parte da instituição. Exige-se, pois, uma grande delicadeza quando há que fazer algum reparo, seja ele escrito ou oral, a respeito de um aluno. Um tom seco, imperativo e admoestador para com a família contribui mais para o afastamento desta da escola do que para a aproximação entre as duas instituições.
Chamar os pais à escola e recebê-los de forma displicente, distante, sem privacidade e com distanciamento físico, atrás de uma secretária, são atitudes aparentemente irrelevantes mas que podem marcar a diferença entre a aceitação e a recusa da mensagem que a escola pretende transmitir.
Só num clima de confiança mútua, de cooperação e de proximidade com a família se poderão ultrapassar os problemas que uma criança ou jovem, em determinada altura do seu desenvolvimento, porventura, esteja a viver.
Mário Freire