sábado, 20 de dezembro de 2014

ESTAR DO MESMO LADO DA BARRICADA

                          


Apareceu há meses na comunicação social uma proposta, feita por uma entidade sindical, na qual se defendia a criação de legislação que permitisse aos encarregados de educação faltar ao trabalho para poderem acompanhar a vida escolar dos seus educandos. Ora, há muitas maneiras de fazer esse acompanhamento. Uma das mais relevantes é, sem dúvida, a participação nas reuniões de pais.
Julgo que muitos pais perdem a oportunidade de conhecer as metas educativas que a escola definiu, alheiam-se da vida da escola, não debatem temas que tocam de perto os seus educandos, por não participarem nessas reuniões. E essa ausência e esse desconhecimento pagam-se, normalmente, caro.
É certo que nem todas as reuniões suscitam interesse. E as razões são várias: tratarem-se nelas problemas individuais (para isso há os encontros com o director de turma); haver alguém que gosta de evidenciar os seus dotes oratórios, monopolizando as intervenções; os temas tratados não serem nem suficientemente motivadores nem importantes; condução menos correcta da reunião.
Não cabe aqui enunciarem-se os comportamentos de um bom condutor de reuniões. Reconheço, no entanto, que uma motivação prévia dos pais sobre a sua importância e a enunciação dos temas a debater, a hora exacta do seu começo e termo e a informação, no seu início, das regras que devem pautar cada intervenção, em muito ajudariam a torná-las eficazes e a chamar mais pessoas a elas.
As reuniões de pais, para além dos objectivos específicos de cada uma, poderiam contribuir, ainda, para pôr do mesmo lado os professores e a família e mostrar aos educandos que os pais não vão à escola só para protestar mas, também, para se informarem e darem o seu contributo na educação que àqueles é oferecida.


                                                                Mário Freire