Apareceu há meses na
comunicação social uma proposta, feita por uma entidade sindical, na qual se
defendia a criação de legislação que permitisse aos encarregados de educação
faltar ao trabalho para poderem acompanhar a vida escolar dos seus educandos.
Ora, há muitas maneiras de fazer esse acompanhamento. Uma das mais relevantes
é, sem dúvida, a participação nas reuniões de pais.
Julgo que muitos pais
perdem a oportunidade de conhecer as metas educativas que a escola definiu,
alheiam-se da vida da escola, não debatem temas que tocam de perto os seus
educandos, por não participarem nessas reuniões. E essa ausência e esse desconhecimento
pagam-se, normalmente, caro.
É certo que nem todas
as reuniões suscitam interesse. E as razões são várias: tratarem-se nelas
problemas individuais (para isso há os encontros com o director de turma);
haver alguém que gosta de evidenciar os seus dotes oratórios, monopolizando as
intervenções; os temas tratados não serem nem suficientemente motivadores nem
importantes; condução menos correcta da reunião.
Não cabe aqui
enunciarem-se os comportamentos de um bom condutor de reuniões. Reconheço, no
entanto, que uma motivação prévia dos pais sobre a sua importância e a
enunciação dos temas a debater, a hora exacta do seu começo e termo e a
informação, no seu início, das regras que devem pautar cada intervenção, em
muito ajudariam a torná-las eficazes e a chamar mais pessoas a elas.
As reuniões de pais,
para além dos objectivos específicos de cada uma, poderiam contribuir, ainda,
para pôr do mesmo lado os professores e a família e mostrar aos educandos que os
pais não vão à escola só para protestar mas, também, para se informarem e darem
o seu contributo na educação que àqueles é oferecida.
Mário Freire