Foi
emitida uma circular, pelo ministro da educação de França, dirigida aos
responsáveis de estabelecimentos de ensino onde é leccionado o nível
equivalente aos nossos 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, para que levassem a
cabo, durante a fase inicial deste ano lectivo, uma actividade de educação para
a cidadania
Segundo
a referida circular, “os alunos deveriam ser encorajados a participar na vida
do estabelecimento que frequentam e a afirmar, em pleno, o seu papel na
comunidade educativa.” Relembrava-se, para isso, que o desenvolvimento da
autonomia e do espírito de cidadania supõe a assunção dos direitos de que cada
estudante dispõe.
Para
além de uma campanha de comunicação que visava encorajar os alunos a participar
nas eleições dos seus corpos, aos diferentes níveis, pretendia-se que eles
soubessem quem eram as pessoas, dentro da escola, que os poderiam ajudar a
levar a cabo as suas iniciativas de natureza cultural, científica, desportiva…
Haveria,
então, uma formação específica sobre os direitos e deveres no interior do
estabelecimento escolar, as funções dos diferentes órgãos e outros aspectos que
fomentassem a iniciativa e a organização dos alunos, com duas horas
obrigatórias para todas as turmas, ao mesmo tempo que eram encorajados debates,
fóruns, encontros associativos, etc.
Para
os professores directamente encarregados de levar a cabo esta iniciativa, foi
disponibilizado um site na internet (www.education.gouv.fr à la rentrée), além
de sessões de formação.
Sobre a participação dos alunos na
escola e o papel que esta pode desempenhar na sua formação global, para além da
administração do currículo (stricto sensu), já aqui, por várias vezes, foi
referido. Esta intervenção nos liceus franceses só vem reforçar quanto a escola
pode ajudar a formar cidadãos mais participativos que contribuam para uma
sociedade melhor.
Mário
Freire