Os
mecanismos de defesa são mecanismos a que todos nós recorremos em situações onde
nos sentimos ameaçados. Na maioria dos casos, fazemos uso deles de forma
inconsciente, isto é, sem serem fruto de uma escolha racional e voluntária. Se
temos medo de sofrer um assalto em casa durante a noite, em vez de deixar a
porta aberta para enfrentar um possível ladrão, é mais natural fecharmos a
porta à chave.
Com
os mecanismos de defesa psíquicos acontece a mesma coisa: quando vivemos um
conflito interno, na incapacidade de o resolver, adotamos formas de nos
protegermos para não os enfrentarmos. Trata-se de uma maneira de reduzir a
possibilidade de concretização de uma situação que possa pôr em perigo a
integridade do nosso Eu. A questão é que, subjacente a estes mecanismos de
defesa, estão determinados medos e quantos mais mecanismos de defesa tivermos
para evitar as situações significa que mais medos temos.
Há
vários tipos de mecanismos de defesa: fuga (evitar o conflito), projeção
(projetar no outro características nossas), racionalização (arranjar
justificações racionais para fatores emocionais), repressão (esquecer
determinado evento – é frequente quando o trauma é forte, como é o caso de
abusos sexuais), formação reativa (adquirir o comportamento oposto ao desejado
– por exemplo, o desejo de comer é tanto que a pessoa torna-se anorética),
negação (negar fatos), intelectualização (lidar de modo intelectual com o
problema), idealização (atribuir ao outro uma qualidade de perfeição),
conversão (converter um conflito psíquico em expressões somáticas, como por
exemplo dores de cabeça ou sono), entre outros.
Pessoas
diferentes utilizam mecanismos diferentes e são formas que encontramos de nos
ajustarmos à nossa realidade. Quanto mais conscientes estivermos dos nossos,
mais nos apropriamos da nossa capacidade de lidarmos com os medos e de os
ultrapassarmos. Como os medos nos impedem de agir, é importante enfrentá-los se
desejarmos viver uma vida mais plena.