quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A ARTE E O ENSINO DA MATEMÁTICA

 
 
 
 
 
       A preparação em Matemática dos alunos, num mundo cada vez mais tecnológico, é um dado que os políticos, os gestores, os professores e os pais têm que assumir. Esta disciplina, para além de proporcionar uma organização lógica da mente, desafia-a constantemente a procurar soluções para os problemas que o desenrolar dos programas vai colocando.
Estudar é preparar para a vida, mas a Matemática desempenha, sem dúvida, um papel importante nessa preparação.
Houve já oportunidade, nestas crónicas, de destacar a Música no combate ao insucesso e ao abandono escolares e a referência a casos concretos, inclusive, em Portugal.
Surge agora uma outra experiência, na Jefferson Elementary School, em Passadena, E.U., de utilização da Arte, agora na forma das Artes Plásticas, para a motivação e recuperação dos alunos em Matemática. Assim, por exemplo, estes foram desafiados a planear e, depois, a executar uma escultura. Para isso, receberam um orçamento e uma lista de preços dos materiais que poderiam usar.
Perante a situação, os alunos confrontaram-se com vários problemas a resolver: de natureza financeira, tendo que apresentar os dados que ilustravam o modo como geriam o orçamento que lhes foi dado; de natureza científica, estudando os conceitos matemáticos que eram necessários para a execução da obra, tais como o de área e de perímetro; de natureza estética, fazendo os ensaios e procurando os caminhos que os conduzissem ao objectivo formulado.
Ora, o projecto foi muito motivador para os alunos, mostrando como a Matemática se relaciona com outras áreas, tendo trazido, para além dos conhecimentos, lições para a vida.
Este projecto teve um financiamento extra. Pergunto-me, no entanto, se não seria possível, na medida dos nossos recursos, desenvolver actividades que, dando maior dignidade às Artes no nosso sistema de ensino, pudessem aproximar a Matemática à vida.
 
                                                     Mário Freire