A preparação em
Matemática dos alunos, num mundo cada vez mais tecnológico, é um dado que os
políticos, os gestores, os professores e os pais têm que assumir. Esta
disciplina, para além de proporcionar uma organização lógica da mente,
desafia-a constantemente a procurar soluções para os problemas que o desenrolar
dos programas vai colocando.
Estudar
é preparar para a vida, mas a Matemática desempenha, sem dúvida, um papel
importante nessa preparação.
Houve
já oportunidade, nestas crónicas, de destacar a Música no combate ao insucesso
e ao abandono escolares e a referência a casos concretos, inclusive, em Portugal.
Surge
agora uma outra experiência, na Jefferson Elementary School, em Passadena,
E.U., de utilização da Arte, agora na forma das Artes Plásticas, para a motivação
e recuperação dos alunos em Matemática. Assim, por exemplo, estes foram
desafiados a planear e, depois, a executar uma escultura. Para isso, receberam
um orçamento e uma lista de preços dos materiais que poderiam usar.
Perante
a situação, os alunos confrontaram-se com vários problemas a resolver: de
natureza financeira, tendo que apresentar os dados que ilustravam o modo como
geriam o orçamento que lhes foi dado; de natureza científica, estudando os
conceitos matemáticos que eram necessários para a execução da obra, tais como o
de área e de perímetro; de natureza estética, fazendo os ensaios e procurando os
caminhos que os conduzissem ao objectivo formulado.
Ora,
o projecto foi muito motivador para os alunos, mostrando como a Matemática se
relaciona com outras áreas, tendo trazido, para além dos conhecimentos, lições
para a vida.
Este
projecto teve um financiamento extra. Pergunto-me, no entanto, se não seria
possível, na medida dos nossos recursos, desenvolver actividades que, dando
maior dignidade às Artes no nosso sistema de ensino, pudessem aproximar a
Matemática à vida.
Mário
Freire