As alternativas ao currículo regular
Para colmatar o insucesso escolar repetido e o risco de abandono da escolaridade básica apareceram os chamados currículos alternativos e os Cursos de Educação e Formação. Ambas as vias se destinam a alunos com percursos escolares irregulares e constituem oportunidades mais flexíveis para poderem concluir a escolaridade obrigatória.
Nos currículos alternativos visam-se encontrar soluções que se adaptem aos diferentes casos, procurando, através de turmas mais pequenas e de um ensino mais personalizado, desenvolver a motivação para o trabalho, assim como capacidades e interesses.
É certo que a integração escolar é uma prática que, se adequadamente feita, pode produzir efeitos benéficos, nos vários domínios da personalidade do aluno. Há, no entanto, crianças que são de tal modo portadoras de deficits cognitivos e/ou afectivos, que só um ensino compensatório específico as poderá ajudar na recuperação das suas capacidades. Tal não invalida que elas, eventualmente, não continuem integradas, ainda que parcialmente, numa turma regular.
Seria interessante saber se esta via tem uma cobertura nacional e, nos locais onde funciona, qual a sua eficiência.
Nos Cursos de Educação e Formação pretende-se já dar uma qualificação que permita ao jovem, com idade igual ou superior aos 15 anos, a entrada no mundo do trabalho. Estes cursos apresentam, igualmente, uma certa flexibilidade e integram, a par de uma componente sociocultural e científica, uma outra de natureza tecnológica e prática. Estes cursos permitem não só a conclusão da escolaridade obrigatória como o prosseguimento de estudos.
Enfim, estas alternativas estão disponíveis para aqueles que, frequentando o ensino público, tenham sofrido circunstâncias adversas na vida. Talvez estas vias possam dar-lhes as possibilidades de virem a ser pessoas integradas tanto na escola como na comunidade. Assim elas sejam, nas alturas certas, devidamente encaminhadas!
Mário Freire