terça-feira, 17 de julho de 2012

CORAGEM PARA MUDAR E SERENIDADE PARA ACEITAR


Há coisas que não queremos mudar porque estamos confortáveis nelas. Há outras, pelo contrário, que queremos mudar mas não conseguimos, talvez nem saibamos como fazer. Quando queremos a todo o custo dar outra direção à nossa vida antes da altura propícia, entramos numa batalha perdida.
Por outro lado, se ficamos agarrados a situações cómodas com medo de mudanças, facilmente entramos num estado de revolta e ansiedade, ou mesmo de depressão. Os medos e as incertezas levam-nos a aguentar, na esperança que a situação se resolva por si. No entanto, aguentar também acaba por ser uma espécie de luta. Curiosamente se, em vez de lutarmos, desenvolvermos a capacidade de aceitação perante o que nos acontece, cria-se espaço para que as coisas mudem naturalmente. Nada é permanente. Já a Oração da Serenidade profere «dai-me a serenidade para aceitar o que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para perceber a diferença».
             Quando se combate a mudança ou a imutabilidade e não se aceitam as coisas tais como são, estas energias têm tendência para se manifestarem de forma distorcida e corremos o risco de ficarmos insensíveis às nossas necessidades, apesar da angústia latente. No entanto, é necessário termos atenção que uma coisa é aceitarmos que ainda não está na altura certa para enfrentarmos uma determinada mudança, outra coisa é agarrarmo-nos a essa ideia para não fazermos nada para mudar. Onde está então a diferença? Devemos de facto ter a tal sabedoria ou intuição para sentirmos a diferença entre as duas situações.
Obrigarmo-nos a mudar pode fazer com que a cada tentativa falhada o sentimento de frustração se agrave. A solução passa por subir um degrau de cada vez, ir introduzindo pequenas alterações no nosso comportamento para que a conquista seja diária. Como diz um velho ditado chinês «não receies dar passos pequenos, receia apenas ficar parado».

                                             Rossana Appolloni