domingo, 5 de junho de 2011

SOLIDIFICANDO VALORES EDUCATIVOS

                                                               
                                                    Iluminando o ser                               


Numa nova perspectiva do agir do educador, salientamos a vertente não menos importante da aprendizagem que é educar o jovem a partir de um entendimento de si mesmo e das potencialidades do seu mundo interior. É uma dimensão essencialmente baseada nos valores, hoje em dia tão esquecidos. Como educadores temos a obrigação de incentivar a criatividade, a independência, o saber fazer escolhas, o tomar decisões, o assumir responsabilidades e o ter consciência das nossas motivações: é a autonomia.
O ressentimento, a insegurança, a arrogância e a necessidade de vitimização são máscaras que utilizamos diariamente quando não conseguimos ser assertivos e decidir. Temos que aprender a sentir e a respeitar as nossas próprias escolhas, num consistente acto de vontade. Haver motivação, ponderação, decisão, afirmação, planeamento e finalmente execução, são os passos para atingir este objectivo.
A pessoa insegura e assustada com baixa auto-estima procura sempre alguém para lhe dar o que não consegue obter sozinha e tem comportamentos de revolta. A auto-estima baixa vem do facto de alguém nos fazer sentir mal, sermos julgados, ignorados ou rejeitados. É essencial que o aluno se sinta confiante e responsável pelas suas atitudes e crenças. Temos o dever de nos reconhecermos e de estar conscientes de nós próprios de forma sincera e positiva, de acreditarmos em nós, mesmo que não sejamos entendidos ou aceites pelos outros.
A tomada de consciência é essencial, permite-nos compreender o porquê de nos sentirmos mal, reconhecendo nos outros o nosso próprio espelho, transformando essa compreensão numa atitude positiva, adoptando novos procedimentos. Reconhecermos a nossa própria presença e o porquê dos nossos medos, é o primeiro passo para o auto-conhecimento e o início de uma transformação das nossas atitudes. Teremos que perceber que o nosso modo de agir deve estar em consonância com o modo como gostaríamos que agissem para connosco. O efeito de ressonância não tem tempo nem espaço; o que damos é o que recebemos das nossas próprias mãos, mais tarde ou mais cedo.
Assim se educa para o optimismo e para o positivo. Mas, também, ensinando a escutar e a sentir as oportunidades, em vez de ouvirmos o barulho e o ruído que tanto nos perturba. A nossa sabedoria permite-nos identificar e agarrar essas oportunidades. Trocar o apego, o conformismo e a dependência pela abertura, confiança e partilha dá um novo sentido à nossa vida. É, enfim, a substituição do ter pelo ser.
                                   
                                                           Paula Faria