sábado, 17 de dezembro de 2011

CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA O BEM-ESTAR E O PROGRESSO SOCIAL - 2



Nos dias de hoje, sublinha-se, cada vez mais se torna necessária a valorização de indicadores não económicos, do bem-estar e do progresso social tais como: a melhoria da saúde, a sociabilidade, o reforço da participação cívica e a prevenção da obesidade e da criminalidade. A educação, apoiada em actividades desenvolvidas em ambiente escolar, tem um efeito positivo sobre a maior parte destes factores de progresso social.

Mas, a educação não saberá, sozinha, desempenhar o seu papel social…
As crianças passam apenas metade do seu tempo útil na escola. Por essa razão, a eficácia das medidas tomadas pelos responsáveis políticos, pelos professores e pelos administradores escolares pode estar comprometida quando o ambiente familiar e a comunidade, na qual as crianças crescem, são desfavoráveis. Por exemplo, as actividades escolares para promover uma higiene de vida e hábitos saudáveis, arriscam-se a não dar frutos se as crianças têm acesso fácil à comida rápida quando vão para a escola ou se dedicam a actividades sedentárias quando estão em casa.
Da mesma maneira, as acções organizadas em meio escolar, tendo como objectivo formar os cidadãos activos do amanhã, têm poucas probabilidades de serem eficazes, se as comunidades locais não derem oportunidades às crianças de participarem em actividades cívicas ou se as crianças só raramente discutirem assuntos públicos com os seus pais, tendo em vista o reforço dos seus princípios cívicos. Se alguns, são desviados para práticas perigosas para a saúde fora do quadro escolar (alcoolismo ou tabagismo, por exemplo), os efeitos negativos podem transmitir-se aos colegas. É pois evidente, que os pais e os actores da comunidade local, devem esforçar-se em apoiar as acções organizadas em ambiente escolar.

… e o seu potencial será limitado, se as competências cognitivas, sociais e emocionais dos indivíduos não forem desenvolvidas desde a infância.
A aquisição das competências chave é mais fácil mesmo antes do início da escolaridade. O ambiente familiar pode também permitir às crianças integrar desde a mais tenra idade a base das competências cognitivas, dos reflexos positivos, dos hábitos saudáveis e outras características positivas tais como a auto estima.
            As crianças que entram na escola primária, tendo adquirido estas competências, conseguem desenvolvê-las e adquirir outras de ordem superior. É facto assente que numerosas crianças, sobretudo as que provêm de famílias desfavorecidas, não têm possibilidade de viver num ambiente familiar de qualidade e de receber desde a mais tenra idade uma educação sólida. Por uma questão de equidade, as políticas educativas devem ter em vista a redução das carências dessas crianças, que não desenvolveram desde cedo essas competências.

                                                                                                 FNeves